Adeus anos velhos...’-‘

Já sinto falta de tudo o que vivi e saudades de que ainda viverei por aí...
“A vida é mesmo um ir e vir sem razão.”

Nossa, fazendo uma retrospectiva da minha caminhada até aqui, percebi que me apressei todo esse tempo. Tudo bem, não foi exatamente tanto tempo, até porque eu não tenho idade para isso. Mas, sinceramente, eu me apressei e, agora, eu terei que esperar todo o tempo passar até que, enfim, chegue a minha hora.

Ninguém deve estar entendendo nada, mas a verdade é que eu sempre quis puxar a alavanca da minha vida, terminar o ensino médio e, finalmente, viver sem barreiras, sem medos, sem mistérios. Que tola, não?

Pois, sim. Que tola!

Agora eu percebo que todo esse tempo, que eu apenas ia vivendo, foi incrível e eu nunca fui capaz de perceber o quanto. Tempo em que eu fazia o que ‘desse na telha’, que eu acordava sem pensar no que poderia vir amanhã, porque o amanhã nunca foi tão assustador quanto o agora...

Hoje eu olhei para o meu rosto no espelho, tão diferente, tão ‘um alguém que eu desconheço’, ou melhor, apenas mais um rosto. Tudo tão perto, tudo tão distante, aquilo o que eu sempre sonhei perto o suficiente para eu provar. Mas eu não encontro.

Dá vontade de mostrar para o mundo todos esses sentimentos incontidos, mas ninguém nem sabe quem eu sou. Apenas me deram um nome e me alienaram de mim. Eu sei quem eu sou? Eu acho que ainda tenho minhas dúvidas.

Então, olho novamente meu reflexo no espelho... meu reflexo! Têm noção? Eu olho pra isso, e vejo um nadinha. Enxergo apenas dois olhos procurando uma resposta. Quem é essa, aí? O que será daqui para frente?

Um loop infinito...

Queria saber quando, onde e como eu vou fazer acontecer. Eu sei que eu posso, mas só se eu tiver a chance na minha cara. Mas as portas abertas já estão batendo. Eu vou me sentindo mais e mais frustrada, a impaciência vai tomando conta, roubando espaços dentro de mim, enquanto eu espero um novo dia.

Talvez eu deva aprender a viver dando um passo de cada vez. Eu sei que não há necessidade de correr. Mas eu não quero viver assim. Prefiro correr os meus riscos. Eu me recuso a viver dentro dos meus limites, queria pegar essas rédeas que me prendem e fazer delas asas para eu aprender a voar e me apaixonar pela vida, fazendo meus planos, minhas mudanças; aproveitando minhas chances, e jogando tudo para o alto, mas sem esquecer todos aqueles que eu amo, para que eu possa ser livre finalmente. Porém, só vai acontecer quando tiver que acontecer, não é mesmo?

Daí, eu descubro o porquê do “um passo de cada vez”, é porque eu posso acreditar, duvidar, me sentir confusa... mas, no final, tudo vai se encaixando. E, então, cai a ficha que tudo aquilo que eu sempre desejei poderia ser meu, simplesmente porque deveria ser meu e seria meu. Bastava apenas que eu soubesse disso e confiasse em mim mesma.

E, assim, fui apenas entendo que quando eu não puder esperar mais é justamente quando não haverá nenhum final à vista, eu precisarei só encontrar a minha força, a fé que me faz mais forte, para resistir até o fim. Para que cada despedida de ano possa ser triste pelos simples momentos inesquecíveis que eu vivi e que não viverei novamente, porque cada um deles foi único. E, também, que possa ser feliz por ser mais um passo que eu estarei dando em direção ao futuro com a cara e a coragem e, assim, se tornem novos fantásticos momentos ainda não vividos.

E eu só sei que, daqui para frente, eu farei o que for preciso. Porque, depois de tudo, eu não posso para a minha história e rebobinar a fita e reviver um momento especial nesta vida. Então, não vou deixar nada, nunca mais, atrapalhar o meu caminho, pois as mãos do tempo nunca estarão do meu lado.