Once upon a time...
... uma gota, numa janela do quarto de uma casa. O quarto era realmente um primor, cheio de objetos artesanais até no lustre que o teto exibia. Era domingo, se não sabia. E embora tudo parecesse incrivelmente convidativo naquele lugar, quente e bem iluminado, a atenção dos olhinhos cor de mel se prendia à pequena gota que vagarosamente escorregava pela janela. Dona Lúcia, entrou com os bolinhos e xícaras coloridas com coraçõezinhos de várias nuanças, porém, nem mesmo o chocolate quente dispersou o interesse dos pequenos pela gota que, agora já fazendo curva, deslizava pelo vidro. Ninguém ousava quebrar o silêncio que reinava no ambiente, até mesmo Sansão, o labrador sapeca da família, respeitava aquele momento de plena perplexidade infantil. Ele olhava tentando procurar na janela onde estaria a diversão, mas Sansão não entendia: “Ele era muito inocente ainda”, já diria Marcos. Não se sabe se fora sorte ou azar, mas ele tinha nascido cão e como um bom cachorrinho ele ficaria