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Mostrando postagens de novembro, 2011

Meu malmequer que flutua incontidamente por aí...

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Construí-me de metáforas que metaforicamente se desfizeram e me esfarelaram, assim como um vento que passa, cria um vendaval e só deixa destroços. Descobri em mim esse poder oculto de me edificar através da linguagem. Pudera eu ser como aquele poema que desperta a brisa, acompanha a poeira, voa com aves e pousa, num gesto despretensioso, entre as cascatas. Para, depois de viajar sobre as flores e dar mais cor ao campo, descansar sobre a página aberta do livro de onde se desprendeu e que lá ficasse. Até que uma alma aterrorizada encontrasse estímulo e as palavras que tanto precisava ouvir. E só por brincar de ser poeta já faria em mim um malmequer que não desbota. Os versos iriam e voltariam, de lá pra cá, ultrapassando o limiar das linhas e da página. Em um movimento enjoadiço, como se eu navegasse entre as palavras que cultivo. Então deixei ir... ... uma metáfora, outra metáfora. E me desfiz em fim.

Por que eu sou assim, um mistério pra mim?

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Algumas vezes me sinto como a roseira que não floriu nos dias primaveris, tornando a paisagem melancólica e vazia; carregando comigo no rosto lânguidos sorrisos, que surpreendentemente fantasiam uma felicidade. E, por vezes distantes, por desalentos e desencantos, por motivos que nem eu sei, me sinto dependente de palavras, procuro em versos um socorro, coloco nessas singelas formas gráficas o que de mais oculto escondo em mim. Como se as linhas fossem responder as questões que crio (Que tola!). Quando comecei a escrever, por exemplo, ainda ouvia ao longe os “tic-tacs” do relógio, olhava ao meu redor implorando com os olhos uma ajuda, que não poderia vir de parte alguma, assim como um dependente químico implora por uma última dose.

Hoje a saudade fez um poema em mim...

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... e eu me perdi a cada linha, em cada frase solta, assim como a poesia se perde no tempo, se esquece na página. Hoje a saudade fez de mim amante e amada, me fez do traço do prazer extraído da pura essência de vida, do licor do desejo, da embriaguez da satisfação. Hoje a saudade fez em mim poeira e bagunça, remexeu meus lixos e sujeiras, me sujou me levou com ela para perto de mim, me olhou nos olhos e me disse “adeus” e um “te vejo mais tarde”. Hoje, saudade de ontem; amanhã, a saudade de hoje. Por que sempre assim? Sempre me trançando e entrelaçando num emaranhado de memórias. Se ao menos o passado valeu a pena, por favor, lembranças malditas, me deixem criar um futuro de lembranças ainda não vividas, retocar versos de recordações doces e sentir falta apenas de não ter deixado a vida passar sem deixar rastros de saudade. Saudades que hoje eu aceitei fazer pegadas em mim, que eu me permiti fazer versos e bagunças, me dar prazer e me dizer adeus, mas com a certeza de que mais

Aos melhores!

AOS MELHORES AMIGOS DO MUNDO E À MINHA CIDADE NATAL, UM EU TE AMO DIFERENTE; UM OBRIGADA ESPECIAL.