Bambuzemos!


A sabedoria do tronco que sorri e brinca com o vento.
Já percebeu o bambu?
O bambu cria raízes profundas, sem perder a flexibilidade; não cultiva galhos; cresce em conjunto, nunca sozinho; O bambu tem diversos "nós" em seu corpo; é o famoso "enverga, mas não quebra"; cresce sempre para cima e é oco!
Ele nos ensina a criar raízes, não âncoras. Enquanto as âncoras estagnam ou prendem, as raízes nutrem; é preciso honrar nossas relações, nossa ancestralidade, nossas origens, o que alimenta nosso espírito.
Deveríamos nos despir dos galhos que criamos e que tanto nos dói podá-los (o famoso "desapego") e seguirmos o exemplo do bambu que não se permite criar nada que só atrasaria a sua ascensão. Como o bambu, somos convidados a abandonar a ilusão material, o supérfluo, as cargas.

Quando somos convidados pela vida a lidar com as nossas relações, nos damos conta de que somos todos Um, enfim aprendemos o significado da palavra compaixão e nos afastamos da ilusão da separatividade. Estamos todos relacionados. Somos todos filhos da Terra.

E, assim como a cada nó do bambu marcando seu crescimento, deveríamos encarar os acontecimentos como infinitas fontes de aprendizado que marcam o nosso crescimento pessoal.

Somos convidados a aprender com os bambuzais a acolher tudo o que nos acontece de forma flexível, sem cultivar a resistência contra o movimento natural da vida. E também a mirar sempre para o alto, a buscar a evolução contínua. Cada pensamento e cada atitude podem estar voltados para o caminho do crescimento espiritual. Nossos pés estão na Terra, mas nossos olhos estão acima do Céu.
O bambu em sua simplicidade expressa a sua utilidade.
Gastamos muito do nosso tempo tentando mostrar como somos inteligentes, talvez para convencer os outros e até a nós mesmos que somos dignos de atenção e elogios. Muitas vezes complicamos o simples para impressionar e não conseguimos simplificar o complexo com medo do que os outros possam saber o que sabemos. Se perdêssemos esse medo, talvez pudéssemos ser mais criativos e encontrar soluções simples para problemas complexos.
A palavra sorrir ou rir em chinês : 笑う. No topo são dois pequenos símbolos de bambu (竹 ou tomar).
Diz-se que o bambu tem uma forte associação com o riso, talvez por causa do som que as folhas de bambu conseguem fazer em um dia ventoso. Se você usar sua imaginação, soa um pouco como a floresta rindo, um som calmante. O bambu em si também tem uma conexão com as brincadeiras das gerações tradicionais, a pipa japonesa e nas artes e ofícios, como fazer uma boneca. Sabemos intuitivamente a importância de sorrir, rir e brincar, e a ciência agora moderna mostra evidências de que esses elementos desempenharão um papel essencial e importante na nossa saúde física e mental.

E, por fim, vemos no bambu que sua maior virtude é o vazio interior. O bambu nos ensina a esvaziar a mente para, então, preencher o espírito. Crenças, orgulhos, medos, julgamentos. Sabedoria é remover coisas todos os dias, para então dar espaço ao novo. Tudo nasce do Vazio... Tudo retorna ao Vazio.
Somos apenas um canal da energia cósmica do Universo.


Sejamos Bambus!

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