A sociedade é multifuncional: criadora, controladora e assassina das personalidades'-'


Fatos tem imobilizado a sociedade, verdades são cuspidas de repente. Porém, será necessário mais do que indignação para a mudança. Nesse sentido, basta somente refletirmos um pouquinho para percebermos que a melhor arma da sociedade é a alienação e a nossa melhor arma é a sabedoria.

Tenho percebido que vivo em uma sociedade que quer definir o que é certo, que apresenta quatro loucuras; a primeira, instituir que todos têm de ter sucesso, como se isso não
tivesse significados individuais. A segunda loucura, diz que você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é a primordial, consiste em se comprar tudo o que puder. O resultado é esse: consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas.

Resumo da ópera, caro leitor?

Falta de liberdade para viver a sua própria vida!

E, é por isso, e outros absurdos que eu adoro minha sociedade, em que o medo e o pânico se escondem atrás da alienação, em que temos que dormir prontos para uma guerra que nunca venceremos... que maravilha! Brindemos ao sarcasmo!

Posso até estar sendo radical, mas ao meu ver, muitas pessoas têm buscado sonhos que não são nem seus. Ok, tem gente que não sabe nem que quer fazer depois do almoço, mas as metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema.

Eu tenho observado que a sociedade vive do exagero, da soberba, do individualismo... exige muito dos homens, grandiosidade, luxúria, consumo exacerbado. Se quando a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, ou por não ter comprado isto ou aquilo, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

Se for para vender sonhos, que sejam os de farinha e açúcar.

Vivemos em uma sociedade estagnada a vender barato o que não tem preço. E como diria um Alguém que fala mais alto do que eu: vivemos tentando comprar sem se vender. Nossa sociedade criou o seu peso e sua medida, criou um sistema de trocas para que fosse possível criar-se um comércio, e a grande commodity do momento somos nós, humanos, mercadoria em estado bruto.

Nobel criou a pólvora e sentiu-se realmente um grande mal-feitor, apesar da boa intenção, mas ele deveria descansar em paz, e deixar esse peso para um senhor casmurrento que criou os humanos, ou para o cara da idéia infeliz de posse. Creio que de tudo que os humanos pensam possuir, sua grande aquisição foi a estupidez. Querem possuir construções, objetos, animais, e outros animais de sua espécie. E depois de possuí-los, sua vida torna-se monótona, e em meio ao tédio que é a vida desses animais, eles passam a competir por quantidade, qualidade, agregando um valor alto a seus brinquedos projetados por seu instinto humano. E quando tudo isso se torna realmente valioso, são os objetos que passam a possuí-los. Pode parecer ficção científica, mas a realidade que é realmente inacreditável. O mundo que os humanos criaram está contra eles, e estabeleceu-se o caos.

A coisa está tão feia, que a vida virou um 'topa tudo por dinheiro', tudo vale ouro, a nova moda é vender seus sonhos, e sabe-se lá o que se compra com esse dinheiro depois. Desprendendo-se de toda hipocrisia, todos devem ser capazes de encontrar algum pequeno negócio feito por tolice. Quantas carreiras não foram trocadas pela administração, dá dinheiro! Ou por aquela que irá garantir um cargo na empresa do papai, dá dinheiro! Dinheiro que depois gastam com analistas por serem eternamente atores, jogadores de futebol, cineastas, e dançarinos frustrados. Mas, nem tudo é tão barato quanto uma casa no Guarujá.

Quantas vezes os homens se trocam por papéis que não pagarão satisfação enlatada...

Extra! Extra! Vendem-se sonhos, pureza, dignidade, consciência limpa, honestidade, esperança, atitude, o pai, a mãe, o filho. Seus valores também têm valor ($).

O planeta aquecendo e os homens congelando: a comida, os sonhos, e os sentimentos.

Vendem o que é passível de lhes causar uma tal felicidade, e compram maneiras de se auto-destruirem, seus corpos, suas almas e suas aspirações. E totalmente decadentes os humanos se projetam perfeitos, criando padrões de beleza e de vida que escravizam pessoas, e não as deixam perceber que esses animaizinhos primitivos vendem seu conteúdo para comprar uma bela embalagem. Propaganda é tudo.

Comentários

  1. Agora fiquei com medo... eu poderia escrever um texto com exatamente essas mesmas palavras o_O

    ResponderExcluir
  2. Queria saber quando esse moço vai criar um blog pra ele... afinal, precisamos que compartilhe suas ideias!!
    Afe, filósofo ele!!

    ResponderExcluir
  3. Ui! Doeu o meu baço!!!
    Carai... Foda

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Senta que lá vem textão!

A solidão da flor do campo